segunda-feira, 20 de abril de 2009

BRASILIDADE MUSICAL

Outro dia assisti na tv, um baita especial do grupo Ira. O especial me levou a refletir como anda pobre essa geração.
A geração anos 90 e 2000 ate que tinha ouvido de bom gosto. Mas ainda fico com a geração dos anos 70 e 80, principalmente a que injetou na veia o rock nacional de bandas que mandavam recados aos políticos hipócritas da ditadura militar.
Naqueles anos de turbulência, muitos mostravam com criatividade seus ideais de luta, de forma heróica, nos deu a redemocratização. Os nossos jovens de hoje, estão morrendo de overdose, quando poderiam estar denunciando todo mar de lama que existe de Brasília ao interior do Brasil.
Me lembro que ao assistir o especial, não resisti e abri o volume do som conectado a TV, quando começou o especial com o IRA, os velhos e bons tempos do rock nacional. Fiquei imaginando como esses caras são exemplos para muita coisa, estão juntos há 25 anos e com um som acústico maneiro.
Fiquei a questionar muitas coisas, principalmente as emissoras de radio, que ficam colocando no ar , essas musicas sem melodia alguma, e com isso, não forma o senso critico das pessoas.
Jamais trocaria um som maneiro de IRA, KID ABELHA, PARALAMAS, CAPITAL INICIAL, ENGENHEIROS DO HAWAII, por ZEZÉ E LUCIANO, LEONARDO, BRUNO E MARRONE e outros aliados dos homens de terno e gravata de Brasília (Congresso Nacional).
Provavelmente você nesse momento da leitura esta dizendo, (gosto é gosto, cada qual tem o seu), respeito sua liberdade de escolha. Toda essa musicalidade que hoje toca no rádio, fica parecendo que neste país só se tem um ritimo musical.
No Brasil tem pessoas originais que gostam de ouvir e apreciar musica original.Tenho 20anos de rádio, (apesar de estar ausente do rádio a 5 anos), e nesses últimos meses me dediquei fielmente a ouvir diversas emissoras de radio, fiquei decepcionado com nível de programação musical, e além do mais os locutores, que deveriam ser comunicadores parecem robô (hora certa e musica)
foram pouquíssimas emissoras que ouvi apresentando especiais com bandas e cantores, falando como surgiram, ou seja, contando suas historias.
O quadro na GARAGEM DO FAUSTÃO, vem mostrando a diversidade musical, sendo espaço democratico na TV. Nossa brasilidade não é somente musica sertaneja.
Espero que as emissoras de rádio acordem, o radio é diversão e entretenimento, precisa diversificar a programação, pelos menos, eu não tenho ouvido para ficar ouvindo depois das 9h dupla sertaneja interpretando melancolia.
CARACAS, não é só de rock nacional que vivemos,temos pagode, samba dos bons, MPB de primeira, Funk e Hippe Hope que falam das mazelas de Brasília, Forró com a cultura nordestina, Tecnodance que invadiram as pistas e os ritmos baianos que dão o tom na maior festa do planeta"carnaval". Então porque tanto sertanejo gritando nas programações de rádio.
Alias, atualmente ate o radiojornalismo sumiu das programações e com isso a sociedade fica orfão do que acontece nos bairros e acima de tudo nas administrações publicas.
O radio é serviço e não pode jamais deixar o ouvinte orfão dos acontecimentos e fatos de uma comunidade.
Para piora, hoje em dia a pessoa fala uma vez no microfone já sai dizendo que é locutor, é lamentável a banalização da profissão do radialista.

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